segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

"Não podemos atingir a Aurora sem passar pela noite"





Quanto tempo longe daqui! E quanta saudade de escrever... Tanta coisa acontecendo no mundo, dentro da gente, diante dos nossos olhos e mais perto ainda do coração né? A vida vai seguindo seu curso, delineando nosso caminho, ditando nossa história...  E a gente vai se fazendo no mundo. Lidando com as perdas, o coração que se parte pela ida daqueles que tanto amamos e que tanto sentido deram e dão a nós...  Ai, vida... Quem dera pudéssemos nós entender suas artimanhas, seus propósitos. Quem dera pudêssemos ver além, o filme inteiro! E assim descansar nosso coração na certeza de que cada coisa que nos é dada vem cheia de porquês que nos transformam, nos acrescem vida e nos dão sentido, mesmo sob o ângulo da dor. 
Em julho de 2014 perdi minha preciosidade, minha afilhada amada e os resquícios da dor ainda são fortes e assombram a claridade que a vida deixou pra trás. Esse ano, no mesmo mês, perdi meu Avô. Mais do que isso, perdi meu Pai, amigo, cuidador, aquele que eu amava com todo amor que há em mim. Meu conselheiro sábio, meu incentivador, meu sinônimo puro de amor e compreensão. A dor ainda queima no peito, arde na alma, e rouba os sentidos. Queria ser maior pra entender o significado da vida e da morte. Queria viver na prática aquilo que meu coração luta pra fazer sentido. Se creio em Deus ( e creio com cada pedacinho meu... Ainda que falhe na missão de "filha obediente") e sei que ele atento está a nossas dores, ainda não consigo entender porque os bons se vão tão depressa... E porque a dor do vazio invade nossa existência com tanta grandeza que nos arranca o ritmo assim? Nos faz perder o sentido, abala as emoções que parecemos nunca mais recuperar?
... 
Cada coisa tem sem tempo. 
Cada dor vem seguida de uma vitória, uma alegria... 
Cada um tem seu ritmo.
E cada história ainda que se abale tem sua beleza. 


Anne L. Britto.


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